Fui
surpreendida num sonho em que análise sintática era realizada com fórmulas.
Isso é Química, meu Deus! Gritei no sonho e depois que acordei também.
Assim mesmo – foi como tudo começou.
Naquela manhã surgia o projeto: Português na Linguagem Química – e durante todo
aquele dia passei debruçada nos três exemplares de Química que estavam na minha
estante . Era tudo tão novo e tão magnífico: Queimei o arroz, a carne, o
feijão. Esqueci a máquina de lavar roupa ligada por mais tempo do que deveria.
Se o telefone tocou, eu não o ouvi. Não, naquele dia. Estava ocupada demais
criando a TABELA MORFOSSINÁTICA I.
É
mesmo muito especial a “TABELA PERÍODICA DA LÍNGUA PORTUGUESA” (é assim que os
meus alunos a chamam). E o conteúdo que ela traz, numa visão tridimensional:
cores, símbolos e nomes, é correspondente a seis meses para o estudo de
morfossintaxe. Não é incrível?!
Mas, dois anos depois, o projeto não
para de fluir, e outras fórmulas, outras tabelas continuam surgindo,
ampliando-o; pois ele está em formação. Aliás, ele continua a sua caminhada
desde 1939, data em que começou através da língua francesa – Éléments de Syntaxique Structurale – com
Lucien Tesnière, professor francês, que foi o primeiro a ousar nesta mistura
maravilhosa: estudar uma Língua com a dinâmica didática da Química. Parabéns,
Lucien.
Lucien instituiu o termo Valências Verbais e outros. Eu, as Tabelas Morfossintáticas I e II e outras; e desenvolvi ainda as fórmulas sintáticas, os símbolos sintáticos, e outras peculiaridades químicas dentro do estudo de língua portuguesa. Orgulho-me disto, e com humildade reconheço que foi Deus. Foi Deus quem me inspirou, e é ele quem me capacita a avançar. No entanto, faço a minha parte: Estudo, pesquiso, dedicando-me sempre mais. Pronta a reconhecer que a sabedoria “não se acha na terra dos viventes, porque só Deus entende o seu caminho; e ele sabe o lugar onde ela está” (Jó 28.13,23).
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